Kevin Litsalia & Shinyalu community
Violação: morto e agredido violentamente por exercer os seus direitos sobre a floresta
Nos primeiros seis meses de 2020, a comunidade do sub-condado de Shinyalu, e os Serviços de Fauna do Quénia (KWS) têm estado numa luta acérrima à volta do acesso da comunidade à floresta de Kakamega, a última floresta tropical do Quénia. O último conflito foi despoletado por anúncio feito em Março de 2020 que a floresta seria delimitada por uma cerca.
Pelo menos uma pessoa foi morta e dezenas ficaram gravemente feridas após serem agredidas pelos Serviços de Fauna do Quénia (KWS), os quais acusavam os membros da comunidade de pasto ilegal e produção de carvão vegetal. Os residentes queixam-se que os oficiais dos KWS recorrem a “espiões” locais para determinas as casas a serem atacadas. E quando isso acontece, as pessoas são, frequentemente, brutalizada e forçadas a pagar elevadas multas apesar de não haver evidência de qualquer actividade ilegal.
Na manhã de 27 de Abril, o Kevin Litsalia, residente em Shamiloli, bairro de Muranda, na localidade de Shinyalu, foi morto por oficiais dos KWS. De acordo com o seu pai, "naquele fatídico dia, acordamos ao som de disparos … Pensamos que a polícia estivesse a perseguir criminosos na zona… o meu filho correu para ver o que se passava e quinze minutos depois fomos informados que ele tinha sido morto por uma bala perdida disparada por um dos oficiais dos KWS." A justiça não vai acontecer pois a família é extremamente pobre e não tem como pagar um representante legal. Para além disso, os oficiais dos KWS têm estado a ameaçar a família para não levar a questão adiante.
A floresta está localizada no Distrito de Kakamega, uma das zonas rurais do Quénia com maior densidade populacional. A floresta de Kakamega é um importante recurso da comunidade, um recurso que tem estado a usar por décadas, muito antes do seu encerramento, primeiro em 1933, e após a sua expansão, em 1986. As comunidades locais dependem da floresta para obter lenha, medicamentos tradicionais, comida e materiais de construção. O seu gado também pasta em alguns dos clarões.
"naquele fatídico dia, acordamos ao som de disparos … Pensamos que a polícia estivesse a perseguir criminosos na zona… o meu filho correu para ver o que se passava e quinze minutos depois fomos informados que ele tinha sido morto por uma bala perdida disparada por um dos oficiais dos KWS."
